JUVENTUDE CONSERVADORA DA UNB

JUVENTUDE CONSERVADORA DA UFSC

domingo, 27 de outubro de 2013

Afinal, casamento é de Deus ou apenas uma invenção humana? Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes - Ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Afinal, casamento é de Deus ou apenas uma invenção humana? Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes - Ex-chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie


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A tara esquerdista pela libertinagem sempre nos leva ao estado totalitário

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A tara esquerdista pela libertinagem sempre nos leva ao estado totalitário


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HOJE a esquerda defende liberação das drogas. E é por um motivo político bem especifico que nada tem a ver com LIBERDADE (nem de mercado, nem individual). HOJE a esquerda defende direitos homossexuais. E por um motivo político bem especifico que nada tem a ver com liberdade. Até ontem eles fuzilavam homossexuais em Cuba, na União Soviética, etc. Não sejam inocentes. Todos os caminhos da esquerda levam a centralização do Estado. Se eles precisarem pegar carona no discurso da liberdade pra isso, eles farão. Liberdade de culto, de mercado, individual não são valores da Esquerda, pelo contrário! (…) Eles são combativos com várias liberdades individuais e qualquer experiência histórica que tentou implementar tal visão terminou em desgraça. Um autor liberal não precisa dizer que é de direita para se posicionar contra a esquerda. Basta dizer que é a favor da liberdade.

Danilo Gentili

Fonte: http://direitasja.com.br/2013/10/25/a-tara-esquerdista-pela-libertinagem-sempre-nos-leva-ao-estado-totalitario/
 

Precisamos desmascarar o esquerdismo e o socialismo do Nazismo e Fascismo.

O nazismo e o fascismo eram movimentos conservadores políticos?


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Texto de Davi Caldas (colaborador do “Direitas Já!”), também publicado em seu blog ”Mundo Analista“. Para ler o original, clique aqui.
Ronald Reagan, presidente dos EUA entre os anos de 1981 e 1989. Um dos maiores expoentes do conservadorismo politico moderno.

Normalmente livros e professores de história nos dizem que nazistas e fascistas eram conservadores e, portanto, de direita. E ai do aluno que tentar dizer algo contra esta concepção! Será taxado de revisionista, falsificador da história e etc. Mas será que é isso mesmo? Será que os dois movimentos realmente foram conservadores e isso é tão evidente que não pode ser questionado? Para responder a essa pergunta é necessário primeiro saber o que é conservadorismo.

1) Definindo Conservadorismo

Não existe um só conservadorismo. Esse é o primeiro fato que devemos ter em mente. Podemos falar em pelo menos três tipos de conservadorismos diferentes um do outro: o conservadorismo político, o conservadorismo moral e o conservadorismo religioso. Vamos observar cada um deles.

1.1) Conservadorismo Político

O primeiro tipo de conservadorismo diz respeito apenas à política. Ele se define por ser uma posição cética a mudanças abruptas e irrefletidas na sociedade, bem como a projetos que intencionam uma completa remodelação na estrutura social tradicional à qual estamos acostumados. Por quê? Existem três motivos básicos. O primeiro é a experiência. Para o conservador, o passado tem muito a nos ensinar, pois é por meio da observação do que já passou que podemos saber o que provavelmente dá certo e o que provavelmente dá errado em termos de vida social. Também é por meio da observação do que já passou que podemos entender como as coisas costumam a ser. Por exemplo, o conservador sabe que o ser humano, no geral, não costuma a ser confiável. Ele sabe disso porque tem sido assim há milênios e continua sendo assim hoje.

O conservador também sabe que existe um senso moral básico na humanidade porque, da mesma maneira, tem sido assim há milênios e continua ser. Não importa se ele vai acreditar que tal senso moral provém de Deus, ou existe por si só, ou é fruto da evolução; o fato é que a experiência mostra que este senso existe. E por aí vai.

O segundo motivo seria o medo dos excessos. O conservador entende que mudanças abruptas e irrefletidas podem gerar excessos sociais e políticos, tais como vandalismos, conflitos freqüentes, desordens urbanas, desrespeito às autoridades, desrespeito às leis, excesso de poder, autoritarismo e genocídios (excessos que podem ser cometidos tanto pelos governantes, quanto pela população). Por mudanças abruptas podemos entender modificações profundas feitas sem um processo de transição. Por mudanças irrefletidas podemos entender modificações que não se baseiam no que o passado nos ensinou, mas tão-somente em especulações e idealismos.

Por fim, o terceiro motivo são os pilares sociais. Para o conservador, a sociedade foi sendo erigida sobre certos pilares. Esses pilares, evidentemente, não podem ser destruídos, do contrário a sociedade entra em colapso. Podemos citar como pilares sociais a moral geral, o direito a vida, o Estado, as leis, a subordinação do ser humano às leis, a hierarquia, as forças armadas, o direito à propriedade privada, a cultura local, as crenças religiosas, a família e etc.

O conservador entende que esses fatores desempenham papel fundamental no funcionamento da sociedade tal como conhecemos. Por esse motivo são considerados pilares. Sua destruição não nos dá qualquer garantia de que poderemos ter uma sociedade melhor (ou mesmo que poderemos ter uma sociedade). Na realidade, o conhecimento experiencial de que o ser humano não perfeito (tampouco perfectível), parece indicar que tais fatores protegem os homens uns dos outros, de modo que, se forem atacados, farão levarão a espécie humana ao completo estado de caos.

É por causa desses três motivos básicos que o conservador político se opõe a políticas de viés revolucionário, socialista, progressista ou qualquer outro que apresente uma postura idealista. Elas são consideradas políticas mirabolantes e perigosas, porque idealizam um paraíso na terra (ou algo próximo a isso) e sustentam que o homem é capaz de alcançar este paraíso através da destruição e recriação da sociedade, fazendo uso do Estado como ferramenta para tal.

Em prol da reconstrução da sociedade, o governo idealista torna-se destruidor da experiência humana, dos pilares da sociedade e dos valores humanos mais básicos, passando por cima do que aprendemos com as gerações anteriores e o passado. Torna-se também coletivista e classista, obrigando o indivíduo a subordinar toda a sua vida a construção dessa sociedade ideal e criando uma série de inimigos que precisam ser destruídos (burgueses, religiosos, conservadores, judeus, negros, estrangeiros…), a fim de que a nova sociedade possa se consolidar. Neste ponto, o Estado se transforma em um Deus que controla o destino de todos os indivíduos.

Os revolucionários anti-religiosos da Revolução Francesa e os revolucionários maoístas chineses da metade do século XX são bons exemplos de idealistas que enchem os conservadores de horror. Em ambos os casos, tais revolucionários pretendiam moldar uma nova sociedade, destruindo o que conhecemos e impondo um novo sistema de crenças unificado. O resultado foi desastroso e só confirmou a importância, para os conservadores, de se conservar a sociedade que conhecemos.
É preciso enfatizar que o próprio conservadorismo político pode ser dividido em dois subtipos: o conservadorismo absolutista e o conservadorismo pós-absolutista (que podemos chamar de conservadorismo moderno). Em essência não há diferença entre eles. Ambos se tratam de uma posição cuidadosa em relação a mudanças sociais, que procura conservar o que julga ser mais garantido do ponto de vista da experiência. No entanto, o conservadorismo absolutista acreditava que o regime que melhor servia para os seus propósitos conservadores era a monarquia absolutista. O conservadorismo moderno quebrou com essa concepção.

Em princípio, a posição absolutista não apresentava argumentos muito fortes a seu favor. O poder absoluto do rei era justificado com base em uma suposta vontade divina de que as coisas fossem daquela forma. Com a chegada do iluminismo, alguns pensadores absolutistas foram desenvolvendo argumentos mais fortes. Thomas Hobbes, por exemplo, em sua obra Leviatã, entendia que o absolutismo tornava o Estado mais forte no que tange à manutenção da ordem e, consequentemente, da paz. Como para ele a única função do Estado era garantir minimamente o direito do cidadão à vida, então se fazia necessário a mão forte de um rei absoluto.

Curiosamente, os argumentos que Hobbes oferece ao longo de sua obra para defender a necessidade de um rei absoluto levam em conta um forte ceticismo em relação à bondade do ser humano, o que, certamente pode ser utilizado contra o próprio absolutismo. De fato, muitos autores iluministas que foram surgindo durante esta época fizeram exatamente isso: sustentaram que o poder deveria ser limitado para se evitar o despotismo.

É exatamente aí que surgem os conservadores modernos. Sem deixarem de ser conservadores, eles percebem, com base na experiência, que a monarquia absolutista levava ao abuso de poder. Percebem também que, embora o absolutismo já durasse muitas gerações, ele não se tratava do único regime que já existira, tendo existido outros que funcionaram de melhor maneira. Isso tornava a decisão de romper com este regime, um tanto refletida e, portanto, de acordo com o princípio conservador.
Essa ampla e prudente reflexão dos conservadores modernos sobre os perigos de se concentrar muito poder nas mãos de governantes criou um forte ceticismo em relação a Estados intervencionistas, centralizados e com muitas funções. Reconhecia-se que um Estado assim levaria facilmente ao abuso de poder. Deste modo, a defesa de um Estado mínimo e descentralizado logo se tornou uma das principais marcas do conservadorismo político moderno. Quando, por exemplo, a constituição americana foi formulada, grande cuidado houve para que o Estado não tivesse possibilidades de se tornar despótico.

É importante ressaltar que houve um choque entre esses dois subtipos de conservadorismo e que, inevitavelmente, os conservadores modernos foram taxados de revolucionários pelos conservadores absolutistas. Evidentemente, ambos ficaram em lados opostos na guerra política. É por este motivo que conservadores modernos, que eram partidários do liberalismo econômico, ficaram ao lado de revolucionários radicais e socialistas a princípio.

O posterior declínio do absolutismo inaugurou um novo contexto político, no qual os recém-criados termos políticos, “direita” e “esquerda”, passariam a ser usados para expressar a oposição entre os conservadores modernos (adeptos do liberalismo econômico – o “capitalismo”) e os idealistas revolucionários.

O conservadorismo absolutista não desapareceu de todo. Mesmo com a total destruição do absolutismo como forma de governo, resquícios de seu pensamento foram atravessando as décadas, se misturando a outras ideologias e mantendo viva uma posição que já não podemos nem chamar de conservadora, mas sim retrógrada. E, por assim ser, sequer encontra muita definição no espectro moderno. São reminiscências de outro contexto político, em que nem faria sentido falar em direita e esquerda.

Mas voltando ao conservadorismo pós-absolutista, ou moderno, algumas leituras são indispensáveis para que se tenha um panorama geral desta posição política. Iniciar com Edmund Burke é aconselhável. Em sua obra “Reflexões sobre a Revolução em França”, o político e pensador britânico expõe suas críticas à revolução francesa, que baseado em um idealismo cego e destruidor, gerou um banho de sangue. Sua defesa da prudência política é brilhante. Ao mesmo tempo, deixa claro o seu incondicional apoio ao sistema parlamentarista de governo, em lugar do despotismo monárquico. Em Burke achamos o equilíbrio entre liberdade política e ordem social que faltou à França.

Partindo de Burke, as considerações do francês Alexis de Tocqueville também são imprescindíveis, seguindo Smith, Jefferson, Lincoln e Hume, e avançando para Von Bohm-Bayerk, Voegelin, Ruy Barbosa, Churchill, Mises, Hayek, Kirk, F. F. Bunckley, Olavo de Carvalho, Reagan e Thatcher. Todos estes foram expoentes do moderno conservadorismo político. A leitura deles nos oferece um padrão de pensamento contínuo que é seguido desde a fase de declínio do absolutismo até os dias de hoje. Não houve grandes mudanças no interior do conservadorismo moderno de lá para cá.

1.2) Conservadorismo Moral

O segundo tipo de conservadorismo é o moral. Este é totalmente distinto do político. Embora muitos conservadores políticos sejam também conservadores morais, não é necessário ser ambos. O conservadorismo moral diz respeito à conservação da moral judaico-cristã. O adepto desta posição não apenas acredita em um conjunto de valores morais gerais, como o conservador político, mas também crê em um conjunto de valores morais mais específicos, que se encontram dentro da tradição judaico-cristã.

Desta forma, conservador moral vai condenar o aborto, a eutanásia, a venda e o consumo de drogas, a livre venda de órgãos, o consumo excessivo de álcool (ou até mesmo o consumo de álcool), o fumo, o jogo de azar, o divórcio, o homossexualismo, o casamento gay, a adoção de crianças por casais homossexuais, a bigamia, a poligamia, o poliamor, a pedofilia, a bestialidade, a pornografia, os palavrões, os filmes, desenhos e jogos violentos, o topless, o nudismo, a promiscuidade, a boemia e etc.

Como afirmei e o leitor pode constatar, há valores mais gerais, que são cridos pela grande maioria das pessoas, e valores mais específicos. Assim, é perfeitamente possível concordar com muitas posições do conservadorismo moral e ainda assim não ser um conservador moral.

Aqui, mais uma vez, podemos e devemos dividir o conservadorismo moral em dois subtipos (pelo menos): o moral passivo e o moral ativo. O passivo seria aquele em que o conservador apenas tem uma opinião moral conservadora, mas não acha que a maioria dos valores em que acredita deve se tornar lei. Eu, por exemplo, sou um cristão conservador moral e acredito que fumar e beber são hábitos moralmente degradáveis, contudo, não defendo a proibição da venda de álcool e cigarros. Cada um que escolha o que acha melhor para si (desde que não afete diretamente a liberdade do outro).

Já o conservadorismo moral ativo seria aquele em que o conservador acredita que a maioria dos valores morais que sustenta precisa estar na lei. Não obstante, outras subdivisões ainda podem ser feitas, já que um conservador poderia ser extremamente ativo ou extremamente passivo ou mesmo moderado. Eu acredito que a maioria dos cristãos seja composta por conservadores morais moderados.

Distinguir o conservadorismo político do conservadorismo moral é de suma importância para estabelecer a posição política de uma pessoa. Porque as aquelas posições morais que são mais específicas e individuais pouco importam para definir uma pessoa no espectro (ao contrário das posições mais gerais, como a do aborto, por exemplo, que lida com a questão do direito a vida).

1.3) Conservadorismo Religioso

Por fim, há o conservadorismo religioso. Este é o que menos tem a ver com política. Ele se refere tão somente à defesa da religião tradicional tal como ela é, sem abrir concessões a sincretismos e secularismos. O conservador religioso deseja apenas que sua religião seja respeitada e, dentro dela, procura incentivar que seus adeptos a sigam sem distorções.

Normalmente a esquerda associa este último conservador ao conservadorismo político e à direita, dizendo que conservadores religiosos pretendem impor sua religião a toda a sociedade. Há três mentiras aqui. Em primeiro lugar, não é necessário ser um conservador religioso para ser um conservador político e um direitista. E o oposto é verdadeiro. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Em segundo lugar, ser um conservador religioso não é ser um fanático. É simplesmente não querer ver sua religião mutilada por outras crenças. Finalmente, a imposição religiosa, sobretudo, através do Estado, não é algo que agrada ao conservador político moderno. Afinal, o conservador morre de medo de um Estado que se intrometa na vida individual. E um governo que tivesse o direito de impor uma religião, poderia impor qualquer outra coisa, destruindo assim o individualismo.

2) O que importa para a política

Uma vez entendido que existem tipos de conservadorismo diferentes e que eles não devem ser mesclados em uma coisa só, devemos agora separar o que realmente é importante para a política e o que não é. A resposta me parece ser bem óbvia. Se nós queremos saber a posição política de uma pessoa, o que realmente importa é o seu conservadorismo político. Podemos citar alguns exemplos.
O filósofo e escritor brasileiro Luiz Felipe Pondé é conhecido por suas posições abertamente direita. Ele se define politicamente como um “liberal conservate” e explica o termo: “Conservador na política e liberal em todo o resto”. Fato incontestável. Pondé é um extremo pessimista antropológico, antimarxista, antissocialista, antiprogressista, admirador de Burke, capitalista, opositor a idealismos de “mundo melhor”, defensor da meritocracia e do livre mercado, opositor do assistencialismo e respeitador da religião tradicional. Sem dúvida, um conservador político.

Não obstante, Pondé não tem nenhuma religião, não acha errado a prática homossexual (tampouco o casamento legal e a adoção de filhos), nem o divórcio, o sexo antes do casamento e etc. Embora apresente um profundo respeito pelas religiões e pela moral judaico-cristã, ele não acredita em grande parte de seus dogmas, tampouco os defende como políticas públicas. Assim, Pondé é um conservador político, mas não um conservador moral ou religioso.

Não foi o caso do Woodrow Wilson, presidente dos EUA entre os anos de 1912 e 1920. Wilson, embora fosse um cristão tradicional e um conservador moral, também era um progressista político. Ele entendia que o Estado deveria ser mais presente, mais forte e mais centralizador, pois aperfeiçoaria a política e tornaria o Estado muito mais útil aos interesses gerais. Durante sua presidência, tomou muitas medidas autoritárias, desfigurando aos poucos a idéia de um Estado pequeno e descentralizado, e criando no Partido Democrata uma linha mais intervencionista, que depois seria retomada por Franklin Roosevelt, tornando-se marca registrada dos democratas americanos.

Talvez o leitor discorde dessa visão de conservadorismo, alegando que a moral é parte importante do conservadorismo político e que, por isso, o mesmo é indissociável do conservadorismo moral. De fato, a moral é parte importante do conservadorismo político, mas apenas a moral geral. O fato, por exemplo, de um conservador defender o casamento gay não implica o abandono de valores atemporais básicos como o direito a vida e o individualismo, tampouco implica o menosprezo da experiência passada e dos pilares da sociedade. A essência do conservadorismo político permanece de pé.

É válido ressaltar que alguns conservadores políticos defendem determinadas posições do conservadorismo moral, nem tanto pela moral, mas porque acreditam que tais posições, se não defendidas, podem destruir a sociedade. Por exemplo, Olavo de Carvalho é contrário a legalização do casamento gay porque isso abriria precedente para os mais diversos tipos de uniões civis, desde casamentos poliafetivos, até casamentos entre pessoas e animais. E isso, segundo ele, certamente causaria um caos jurídico e social. Deste modo, a preocupação de Olavo de Carvalho se encontra dentro do campo do conservadorismo político. Ele teme a desestruturação da sociedade.
No entanto, um conservador que não creia na probabilidade desse caos jurídico, não poderia ser chamado de falso conservador só por isso. Ele continua conservador, mas abre concessão à legalização do casamento gay por não ver nesta concessão riscos à ordem social. Se os visse, certamente seria contrário à concessão. É aqui que reside a diferença entre esse conservador e um revolucionário. O revolucionário não está nem aí para os pilares da sociedade ou a sua ordem. Pelo contrário, ele quer destruir tudo, porque acredita com todas as forças que dá para fazer uma nova sociedade e que ela irá funcionar de maneira perfeita, tal como na música “Imagine”, de John Lennon. Não é o caso do conservador político, ainda que ele seja favorável ao casamento gay.
Outra crítica que o leitor poderia levantar é que com tais definições, até mesmo libertários e anarcocapitalistas seriam considerados conservadores. Mas não é bem assim. Libertários e anarcocapitalistas se distinguem de conservadores porque levam a confiança no livre mercado e no ideal de liberdade até as últimas conseqüências, o que acaba implicando a defesa de projetos e reformas muito radicais. Um conservador político, por exemplo, jamais iria defender uma sociedade sem Estado (como defendem os anarcocapitalitas), mesmo que tal sociedade fosse regida pelas leis do mercado. O seu pessimismo em relação a capacidade humana e o seu respeito pela antiguidade do Estado, faz ter desconfiança de tal projeto e achá-lo sem grandes garantias.

Além do mais, o conservador político certamente estaria mais disposto a aceitar alguns pontos do conservadorismo moral (mesmo que não fosse um conservador moral ou religioso) a permitir que em nome do livre mercado, valores sociais importantes fossem destruídos. Por exemplo, um libertário pode defender a livre venda de órgãos e o livre aborto em nome da liberdade, ao passo que, o conservador político pode ser contrário a isso por temer o desenvolvimento de uma banalização da vida individual, sentimento que é base para sistemas coletivistas de governo.
Enfim, o conservador político é basicamente alguém que só toma decisões muito bem refletidas e baseadas na experiência, ao passo que, libertários e anarcocapitalistas tomam decisões baseadas no anseio de uma sociedade totalmente livre. É por isso que pessoas como Mill, Popper e Rothbarth, embora tenham sido expoentes do liberalismo econômico e da direita, dificilmente poderiam ser chamados de conservadores. Havia um pouco de euforia e idealismo que lhes afastava da posição conservadora.

3) A análise dos movimentos Nazifascistas

Agora que sabemos o que é conservadorismo político estamos em boa posição para analisar se os movimentos fascistas e nazistas eram conservadores políticos e, por conseqüência, direitistas. Podemos começar perguntando: como esses movimentos viam a sociedade que conhecemos? Para eles, a sociedade que conhecemos era uma estrutura antropológica complexa, baseada em pilares que passaram pelos testes do tempo e da experiência, devendo assim ser conservada? Ou será que, para eles, a visão nazifascista da sociedade que conhecemos era a de um sistema cultural, político e econômico infectado por fatores externos à natureza geral do ser humano, que poderia e deveria ser totalmente destruída e reformulada?

Certamente, a visão nazifascista de sociedade era a segunda. Nazistas e fascistas não estavam interessados em conservar a sociedade que conhecemos. Havia em sua ideologia um elemento redentor. Eles acreditavam, tal como Rousseau, Robespierre e Marx, que em algum ponto da história humana, o homem corrompeu suas relações com o próximo, criando uma sociedade corrupta. O problema estava na sociedade e não no ser humano. Esta sociedade precisava ser destruída, para dar lugar a outra, reformulada, justa, ideal.

O fascismo italiano propunha como solução a intervenção estatal em todas as áreas da sociedade, a fim de reformulá-la. O Estado seria o redentor. Ele resolveria os conflitos entre patrões e empregados, abraçaria os pobres, dinamizaria a economia e uniria todas as classes sob um só sentimento de irmandade nacional. O nacionalismo deveria servir não apenas de ferramenta para a resolução de diferenças entre classes, mas como o motor para a transformação do próprio mundo. Afinal, se a suposição de que a raça italiana era superior estava certa, então o nacionalismo italiano teria poder para colocar todo o mundo nos eixos.

Sem grandes diferenças, o nacional-socialismo alemão propunha como solução, em primeiro lugar, o extermínio das raças consideradas inferiores, sobretudo, a raça dos judeus (que pretendiam, conforme Hitler, impor seu domínio ao mundo). Este seria o primeiro passo no processo de destruição desta sociedade e sua reformulação. O Estado, evidentemente, seria a ferramenta humana utilizada nesse processo. Destruídas as raças inferiores, o homem ariano, biologicamente superior, estaria livre para consertar todos os problemas sociais causados pelos “desviantes biológicos”, continuando o trabalho iniciado pelo Estado.

Aqui, mais uma vez, o Estado é responsável por resolver os conflitos entre patrões e empregados, abraçar os pobres, dinamizar a economia e unir as classes sob um só sentimento de irmandade nacional (e racial), bem como o de chamar a atenção das classes para um objetivo supremo: a construção de uma nova sociedade (no caso do nazismo, o Terceiro Reich).

A isenção da natureza humana como a única culpada pelo mal, a transformação do Estado em um redentor, o ímpeto de destruir a sociedade que nós conhecemos há milênios e a idealização de uma nova sociedade, justa e perfeita, são marcas típicas de revolucionários, progressistas e socialistas. São marcas típicas da esquerda. Não há nada de conservador nestas visões.

Um segundo questionamento que podemos fazer é sobre a visão que fascistas e nazistas tinham sobre alguns pilares sociais e direitos inalienáveis. De maneira geral, eles pretendiam conservá-los ou não? A história confirma que não. O nazifascismo, para começar, não valorizava o individualismo. O indivíduo deveria servir aos propósitos do Estado, que era o detentor do “bem comum” e do “objetivo supremo”. Ora, se o bem era comum e o objetivo era supremo, então qualquer que quisesse outro bem para si e almejasse outro objetivo em detrimento do supremo, era um inimigo da sociedade. É óbvio também que o nazifascismo não valorizava o direito à vida. Tal “direito” se submetia à vontade do Estado.

Alguns esquerdistas têm sustentado que nazistas e fascistas eram conservadores porque eram contrários à prática homossexual. Mas há vários erros aqui. Em primeiro lugar, ser contrário à prática homossexual é uma posição do conservadorismo moral e não do conservadorismo político. Como já vimos, um conservador político pode ser bem liberal em nesses aspectos morais mais específicos e pessoais.

Em segundo lugar, ser contrário à prática homossexual não é o mesmo que ser hostil ao homossexual ou querer que o Estado o condene por sua prática. Na verdade, é ridículo pensar que um conservador político seria favorável a um Estado que condena pessoas por escolhas tão pessoais como esta. Mesmo que um conservador possa ser particularmente muito preconceituoso contra homossexuais e insensível a ponto de desejar seu extermínio, ele sabe que se der ao Estado poder para punir homossexuais, estará dando ao mesmo Estado poder para se meter na vida de qualquer indivíduo, o que, obviamente, ele não vai querer (a não ser que abandone o conservadorismo).

Em terceiro lugar, sabemos que o nazifascismo fazia dos homossexuais mais uma classe inimiga. Essa visão classista de sociedade, na qual sempre há uma classe boa lutando contra uma ou mais classes ruins, não faz parte da concepção conservadora de mundo. Para o conservador, a sociedade não pode ser vista pela ótica das classes, mas pela ótica dos indivíduos. A noção de indivíduo é tão forte no conservadorismo que muitos esquerdistas chamam o pensamento conservador de “egoísta”.
Um terceiro questionamento que podemos fazer é: o nacionalismo nazifascista é uma característica do conservadorismo político moderno, como costumam alegar os esquerdistas? A resposta é não. O nacionalismo se origina na Revolução Francesa como uma ideologia revolucionária de oposição ao feudalismo e ao domínio cultural da Igreja Católica. Esta ideologia entendia que o sistema de feudos e a extensão da ICAR criavam um grande império cultural que destruía diversas culturas e impediam que as pessoas de um mesmo país mantivessem laços mais próximos e se unissem em prol de interesses em comum.

Em resumo, o nacionalismo surgiu como uma ideologia anti-imperialista, que buscava na “identidade nacional” um novo elo social. Nas palavras do filósofo Olavo de Carvalho, o conceito de identidade nacional se constituiu, para os nacionalistas, um “sentimento quase animista de união solidária fundada na unidade de raça, de língua, de cultura, de território. A síntese das três foi resumida no lema: Liberdade-Igualdade-Fraternidade”.

Embora, posteriormente alguns daqueles antigos conservadores absolutistas tenham agregado às suas crenças o sentimento nacionalista (com os devidos reparos), a ideologia não deixou de ser revolucionária. Ela foi agregada pela grande maioria dos revolucionários que lutou pelas independências nacionais e coloniais na América Latina e, mais tarde, incorporou uma nova postura anti-capitalista: o inimigo não era mais o imperialismo cultural católico, sustentado pelo regime feudal, mas sim o imperialismo cultural, político e econômico dos países capitalistas, principalmente, a Inglaterra e os EUA. Em oposição a este imperialismo, tais revolucionários nacionalistas costumam supervalorizar sua cultura, em detrimento de tudo o que vem de fora, e a defenderem uma economia fechada, a fim de proteger a nação das garras do capitalismo global ou de nações vizinhas não confiáveis.

No início do século XX, esta ideologia entrou em um grande confronto com o marxismo ortodoxo, que era internacionalista e, como é comum nas rixas entre revolucionários, cada qual acusava um ao outro de não ser revolucionário. Entretanto, com a crise do marxismo ortodoxo, em vista das dificuldades práticas que essa teoria apresenta, muitos internacionalistas se renderam a um nacionalismo velado. Stálin, por exemplo, defendeu a tese do “socialismo em um país só”. A sua ideia era primeiro aprofundar a experiência socialista na URSS e transformar a nação em uma grande potência global, a fim de fazer frente aos países capitalistas.

No Brasil, durante a ditadura, diversos simpatizantes do marxismo também se mostraram influenciados pelo nacionalismo. Defendiam fortemente a cultura nacional, almejavam uma economia mais fechada para estrangeiros e relacionavam capitalismo, imperialismo americano e direita. Atualmente, países que ainda conservam um regime comunista, como Cuba e Coréia do Norte, são nacionalistas em muitos aspectos.

Enfim, a idéia de que nacionalismo é uma posição conservadora e inerente à direita é, no mínimo, contestável. É certo que formas de nacionalismo podem surgir entre regimes mais alinhados à direita e, de fato, muitos direitistas acabaram por se tornar ardorosos nacionalistas. Contudo, tanto a história quanto a estrutura classista e coletivista do nacionalismo testificam que tal visão tem DNA revolucionário e não conservador. O nacionalismo é um desvio do conservadorismo pleno.
Aliás, devemos nos lembrar que existe uma diferença entre nacionalismo e patriotismo.

Historicamente, o segundo tem sido definido como um sentimento de amor e respeito à pátria. Não implica, necessariamente, em menosprezar outras nações, ser xenófobo e enxergar o mundo de modo classista e coletivista. Já o nacionalismo se baseia mais no ódio às outras nações e no conflito do que no amor a pátria. Para um conservador político puro, isso é estranho, visto que odiar classes não faz sentido para quem é individualista. Assim, quanto mais nacionalista um conservador se tornar, mais estará deturpando as idéias básicas do conservadorismo.

Feitas essas observações, no mínimo, devemos reconhecer que o nacionalismo nazifascista não prova que este era um movimento conservador e de direita. Ora, levando ainda em conta as demais idéias revolucionárias do nazifascismo e o modo como o nacionalismo deste movimento estava intimamente ligado aos seus ideais de reconstrução do mundo, torna-se inevitável concluir que seu nacionalismo não era fruto de algum tipo patriotismo conservador extremado, mas fruto da mentalidade idealista e revolucionária.

Aqui há algo notável e que devemos ter sempre em mente. A esquerda, por se basear em idealismo e revolução, acaba gerando uma miríade de projetos diferentes de remodelação da sociedade. É por esse motivo muitas vezes um movimento de esquerda pode ser frontalmente contrário ao outro, criando a ilusão de que um representa a direita e outro, a esquerda, quando, na realidade, temos apenas uma cisão entre revolucionários com projetos diferentes. Este parece ser o caso de nazismo, fascismo e comunismo.

Um quarto questionamento que podemos fazer é quanto a temas como elitismo, justiça social, igualdade econômica e classes pobres. O nazifascismo é freqüentemente associado ao conservadorismo e a direita por ser elitista e contrário a justiça e igualdade social, em oposição aos regimes de esquerda, como o comunismo, que seriam a favor do direito dos pobres e etc. Há muito que se dizer aqui. Em primeiro lugar, do ponto de vista da prática, nenhum governo de esquerda cumpriu o que prometeu em relação à justiça e igualdade social e ao fim do elitismo. Sobretudo os regimes comunistas, que criaram uma classe de burocratas com poder absoluto, generalizaram a pobreza, causaram fome, mataram inocentes, pisaram na democracia, proibiram greves de operários e etc. Então, colocar os regimes de esquerda do lado dos pobres e o nazifascismo como elitista e injusto é apenas um truque retórico.

Em segundo lugar, se por um lado podemos citar algumas reformas sociais feitas por regimes de esquerda (como o comunismo) em seus países, por outro lado, também podemos citar algumas reformas sociais feitas por nazistas e fascistas. Foi o fascismo, por exemplo, que criou a Carteira de Trabalho (“Carta de Lavouro”). E o nazismo pagava férias assalariadas. Então, parece haver um padrão comum entre regimes de esquerda e o nazifascismo: não cumpriram o que prometeram no que tange a elitismo, justiça e igualdade social, mas fizeram algumas reformas sociais.

Em terceiro lugar, do ponto de vista teórico, tanto os regimes de esquerda como o nazismo e o fascismo almejavam justiça e igualdade social. O fato de o nazifascismo falar abertamente que o poder deveria estar nas mãos de poucos, enquanto outros regimes de esquerda, como o comunismo, falarem de “povo no poder”, a concepção de poder dos líderes de cada um desses regimes era exatamente a mesma. Eles se achavam representantes do povo e entendiam que para suas reformas serem feitas era inevitável que o poder estivesse centralizado. A diferença do nazifascismo para os demais regimes é que o primeiro não distorcia o entendimento de democracia, mas sim se opunha a ela de modo direto, enquanto os demais idealizavam a existência de uma democracia dentro de um Estado centralizador e totalitário. Ou seja, para o regime comunista, por exemplo, sua ditadura era democrática e o povo estava no poder. Trata-se de uma distorção.

Por fim, é questionável dizer que o conservadorismo é elitista e contrário aos pobres porque se opõe a projetos de plena igualdade social. Afinal, esses projetos nunca alcançaram seus objetivos, como já vimos. Então, não faz sentido dizer que quem se opõe a eles é elitista. Pelo contrário, na visão do conservador, tais projetos não têm capacidade alguma de gerar tal igualdade e, por isso, sempre acabam sendo usados justamente por líderes e governos elitistas (como no comunismo).
Diante dessas observações, concluímos que a posição do nazifascismo sobre temas como elitismo, justiça e igualdade social era bem semelhante a de outros regimes de esquerda (sobretudo o comunismo), tanto na teoria, como na prática; uma posição que poderia ser resumida na crença de que “quando o partido assumir o poder, tudo será diferente”.

Até aqui, tudo o que analisamos indica que os movimentos nazistas e fascistas não eram conservadores, mas sim idealistas e revolucionários. Mas ainda há alguns pontos que precisamos analisar. Um deles é a posição nazifascista favorável à família e a religião. São posições tradicionalmente conservadoras. O que dizer disso? Vamos por partes.

Com relação à defesa da família, devemos entender o contexto dessa defesa. Sabemos que os marxistas da época não eram muito simpáticos à família. Cria-se que a família, tal como a conhecemos, era uma criação burguesa (ou, no mínimo, estava grandemente infectada pelos valores da burguesia). Como a burguesia era uma classe inimiga para os marxistas, então a família acabava recebendo certa oposição.

Entretanto, para nazistas e fascistas, a burguesia não era uma classe inimiga. O nazifascismo acreditava que burguesia e proletariado poderiam laborar juntos, sob a orientação do Estado, na construção da sociedade renovada e no engrandecimento da nação. Bastava o Estado estar na equação, interferindo em conflitos e explorando o que de melhor havia das duas classes. Deste modo, lutar contra a família não fazia muito sentido. Era desnecessário. Como também a defesa da família em duas nações que eram cristãs (Itália e Alemanha) era uma ótima propaganda contra comunistas, a posição foi enfatizada. Isso parece ser muito mais uma expressão de estratégia do que uma defesa conservadora da família.

O mesmo pode se dizer com relação à religião. Como o nazifascismo não via a religião como criação burguesa e nem a burguesia como um inimigo a ser destruído, mas como um servo do Estado, lutar contra a religião era desnecessário. Mais que isso, lutar contra a religião era contraproducente, já que os religiosos eram maioria. Aliás, a defesa da religião era ainda mais pragmática do que a defesa da família. Tanto que era plano dos regimes instituir uma religião estatal, uma estatolatria, que elevasse o Estado, o regime e o líder do regime à posições divinas. Hitler, por exemplo, chegou a ordenar que as músicas natalinas na Alemanha passassem a exaltar o regime e ele. A idéia era claramente infectar a religião tradicional com as ideologias do governo até ao ponto de desfigurá-la totalmente, transformando-se em uma religião política. Certamente isso não é uma expressão de conservadorismo político, mas nos lembra muito, sem dúvida, a posição dos revolucionários franceses, que almejavam criar uma religião secular na França e colocá-la no lugar do cristianismo.

Há um último questionamento. A visão de economia do nazifascismo expressava conservadorismo e ideais de direita? Marxistas geralmente dizem que sim porque os regimes nazifascistas não queriam destruir o capitalismo e a burguesia. Como podemos ver, a pressuposição aqui é que para ser de esquerda é necessário querer destruir a burguesia e o capitalismo. Evidentemente isso está longe de ser verdade. Nem toda a doutrina de esquerda é comunista. Na verdade, a maioria dos regimes de esquerda não pretendeu destruir o capitalismo, mas controlá-lo através do Estado, a fim de “fazer justiça social”. Isso é fato, sobretudo hoje, no contexto pós-comunismo soviético.

Muito embora as esquerdas preservem, em geral, um espírito anticapitalista, isso não implica em querer destruí-lo. Quando se tem um inimigo, pode-se optar por dois modos diferentes de combate: ou (1) matá-lo, ou (2) torná-lo um escravo. Um regime anticapitalista não precisa optar pela primeira opção, como fez o comunismo. A segunda opção é perfeitamente viável, pois o Estado estará no controle de seu inimigo e poderá extrair dele benefícios. Assim, para um regime ser de esquerda e até revolucionário, não é preciso ser comunista, querendo destruir a burguesia e o capitalismo. Basta querer escravizar a economia capitalista.

Ora, como o leitor já deve saber, tornar o sistema capitalista um escravo do Estado significa criar um governo extremamente intervencionista. Ou seja, por mais que a burguesia não seja destruída e a propriedade privada continue existindo, tudo está sob um forte controle do Estado, que pode guiar todos os setores da forma como melhor julgar, de acordo com seus propósitos de mundo melhor. Esse tipo de visão econômica, que era a base dos regimes nazifascistas, de forma alguma faz parte do conservadorismo político. Embora certamente nem todo o conservador seja defensor do laissez-faire e totalmente contrário ao intervencionismo, o extremo intervencionismo econômico, sobretudo aquele que é abertamente orientado para um projeto de remodelação da sociedade, é uma característica de movimentos de esquerda.

A leitura de “O Caminho da Servidão”, de Friedrich Hayek, é imprescindível para entendermos os motivos pelos quais um genuíno conservador político rechaça essa visão econômica de que o capitalismo deve ser escravo do Estado. Com propriedade, o economista liberal mostra como que esse intervencionismo leva, invariavelmente, à perda de liberdades individuais e a regimes totalitários. Ora, isso é básico para qualquer conservador político moderno. Além do mais, o conservador (e o direitista, em geral) não acredita nessa idéia de que o governo vai conseguir criar um paraíso através de uma forte intervenção. Isso é idéia de progressista. Por isso, as economias nazistas e fascistas não podem ser consideradas expressões de conservadorismo e da direita em hipótese nenhuma. São economias progressistas e idealistas. São expressões da esquerda.

Considerações Finais

Não há como fazer uma análise completa dos movimentos nazistas e fascistas em uma dúzia de páginas. Contudo, os pontos básicos que vimos neste texto nos são mais que suficientes para compreender que estes movimentos estavam bem distantes do conservadorismo político moderno e da direita. Talvez, em uma análise mais extensa, possam ser encontrados alguns poucos elementos tradicionalmente da direita nesses movimentos. Mas certamente não são muitos, tampouco justificam que o nazifascismo seja posto, no espectro político, ao lado de governos conservadores como o de Margaret Thatcher e o de Ronald Reagan, e, no campo das idéias, ao lado de Friedrich Hayek, Ludwig von Mises, Eric Voegelin, Von Bomh-Bayerk, Alexis de Tocqueville, Edmund Burke, David Hume e Adam Smith.

A verdade é que os fatores determinantes para que a história aceitasse a idéia de nazifascismo como um movimento conservador e direitista foram: (1) o conflito interno esquerdista entre o nazifascismo e o comunismo, que criava uma falsa aparência de polarização “esquerda x direita”; (2) a hegemonia dos ideais comunistas dentro da esquerda, que acabou ofuscando por um bom tempo todos os movimentos da esquerda que não eram comunistas e tornando esquerdismo sinônimo de comunismo; (3) o fato de que a URSS ganhou a segunda guerra mundial contra o nazifascismo, abrindo assim o caminho para demonizar os movimentos derrotados, associá-los ao capitalismo e exaltar o comunismo como o regime que venceu os “capitalistas nazifascistas” (aqui, mais uma vez, a polarização cria uma falsa aparência de “esquerda x direita”).

A influência desses fatores na historiografia é tão clara que qualquer livro ou site que critica a idéia de que o nazifascismo era de esquerda, apela para o “argumento” de que o nazifascismo não defendia a destruição da burguesia e do capitalismo, como se ser de esquerda se limitasse a ser comunista (hegemonia). Em outras palavras, a maioria dos historiadores interpreta a história do ponto de vista da propaganda comunista. Não obstante, do ponto de vista do que realmente é conservadorismo e direita, colocar o nazifascismo como um movimento conservador político e de direita é negligenciar toda uma literatura conservadora de mais de duzentos anos e ignorar toda influência dos ideais revolucionários sobre o nazifascismo. Ora, se isso é considerado correto do ponto de vista historiográfico, não sei mais o que é bom senso e honestidade intelectual.
 
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Sugestões de Leitura
Livros
  1. Burke, Edmund. Reflexões sobre a Revolução em França.
  2. Hayek, Friedrich. O Caminho da Servidão.
  3. Kirk, Russell. The Conservative Mind: From Burke to Santayana.
  4. Pereira, João Coutinho; Pondé, Felipe Luiz; Rosenfield, Denis. Por que virei à direita: Três intelectuais explicam sua opção pelo conservadorismo
  5. Tocqueville, Alexis de. O antigo Regime e a Revolução.
  6. Tocqueville, Alexis de. A Democracia na América.
  7. Goldbert, Jonah. Fascismo de Esquerda.
  8. Mises, Ludwig. As Seis Lições.
  9. Voegelin, Eric. As Religiões Políticas.
  10. Johnson, Paul. Tempos Modernos.
  11. Gray, John. Cachorros de Palha.
  12. Gray, John. A Missa Negra.
  13. Overy, Richard. Os Ditadores – A Rússia de Stalin e a Alemanha de Hitler.
  14. Gellately, Robert. Lênin, Stálin e Hitler: A Era da Catástrofe Social.
  15. Gregor, Antony James. Marxism, Fascism and Totalitarianism: Chapters in the Intellectual History of Radicalism.
Artigos
  1. Confusões clássicas sobre direita e esquerda
  2. Que é fascismo?
  3. A Mentalidade Revolucionária
  4. Ainda a Mentalidade Revolucionária
  5. Lindeza de Estupidez
  6. A tentação Totalitária
  7. Do mito ao fetiche
  8. Um texto fundamental de Pondé para facilitar a compreensão da essência deste blog: “Do mito ao fetiche”
  9. Quando o fascismo era de esquerda
  10. Tudo o que você deveria saber sobre o fascismo, mas não quer
  11. O Antimarxismo de Hitler prova que ele era de direita?
  12. Será o nazismo de extrema-direita? Not so fast, Junior
  13. O sucesso como a maior das semelhanças entre o nazismo e o comunismo do século XX
  14. Como a dinâmica social resolve o problema da rotulagem equivocada de nazismo e fascismo como regimes de direita
  15. Entra em cena o ceticismo plítico para resolver de vez o problema da falsa rotulagem de nazismo e fascismo como regimes de direita
  16. Mussolini, Hitler e Wilson. Wilson?
  17. Socialismo no Terceiro Reich
  18. As raízes socialistas de Benito Mussolini
  19. As raízes do Estado intervencionista moderno
  20. Nazismo e suas raízes marxistas
Fonte: http://direitasja.com.br/2013/10/27/o-nazismo-e-o-fascismo-eram-movimentos-conservadores-politicos/

Os filhos do Marxismo


Há pouco tempo, recebi comentários de um certo Marcus Valerio XR (Xavier Reis), mestre em Filosofia pela Universidade de Brasília. Seus comentários apontavam uma série de “incongruências” em meus textos, e, para elucidá-los e refutá-los efetivamente, citava textos de sua própria autoria. Como alguém que aprecia um debate sério e bem fundamentado, achei por bem ler os textos indicados pelo Sr. XR e, assim, verificar em que medida eu estava equivocado. O presente texto é bem longo, de modo que recomendo paciência àqueles que queiram compreender a questão.


O texto Comunismo X Nazismo X Fascismo X Socialismo procura mostrar que Socialismo, Comunismo, Fascismo e Nazismo são ideologias que, apesar de algumas semelhanças, são diametralmente distintas. De acordo com o Sr. XR:
Trivial que militantes de certas posições ainda defensáveis acusem as posições adversárias de se relacionarem a posições já indefensáveis, por isso, esquerdistas e direitistas tem trocado acusações que visam confundir a posição ideológica adversária com posições quase consensualmente rejeitadas, no caso, o Nazismo e o Fascismo, que tem sido frequentemente associados tanto ao Capitalismo quanto ao Socialismo e Comunismo, bem como a governos que muitas vezes são praticamente sua antítese.

[...]

Penso que se apelarmos para suas definições tradicionais, quer sejam tiradas de dicionários léxicos, políticos ou filosóficos, quer sejam pelas definições de seus mais conhecidos ideólogos ou opositores, praticamente não há discussão, visto que SOCIALISMO  é classicamente definido como um sistema onde os meios de produção são desapropriados e gradualmente revertidos ao controle estatal, e consequentemente público, num processo de transição que levaria ao COMUNISMO, onde ocorreria a abolição do estado, num sistema social onde todas as decisões seriam tomadas coletivamente pela população, sem intermediários. Situação essa que, no entanto, jamais ocorreu.

Por outro lado, tanto NAZISMO quanto FASCISMO são ideologias que visam o exato oposto, isso é, o engrandecimento do Estado, transformando praticamente em objeto de culto e subordinando toda a sociedade à uma auto idolatria por meio do símbolo maior da auto imagem nacional. [sic]
Creio que o Sr. XR não tenha tido a oportunidade de analisar pormenorizadamente os meandros das doutrinas socialista, comunista, nazista e fascista. A despeito de suas diferenças pontuais – que certamente existem, pois, do contrário, essas quatro ideologias seriam uma única –, a raiz de todos esses ideários é a mesma: o ódio coletivista. Para o Socialismo e o Comunismo, o sentimento que orienta as forças revolucionárias e o próprio Estado é o sentimento de classe (proletários); para o Fascismo, tal sentimento é o sentimento nacional (italianos); para o Nazismo, tal sentimento é o sentimento racial (arianos). O ódio classista, o ódio nacional e o ódio racial possuem exatamente as mesmas estruturas, os mesmos meandros, a mesma lógica: a redução das singularidades e das particularidades individuais a traços coletivistas que transformam os indivíduos em uma massa amorfa determinada por esses mesmos traços. Assim como há um ódio coletivista, há um determinismo coletivista. A diferença entre essas ideologias é o objeto ao qual se atêm.

É necessário também dizer que o termo Capitalismo não se refere a uma ideologia, ao contrário de Socialismo, Comunismo, Nazismo e Fascismo. Capitalismo é um termo frequentemente utilizado para se referir ao atual estágio de desenvolvimento do sistema econômico. Transformar o Capitalismo em uma ideologia seria o mesmo que falar na existência de uma ideologia feudal, o que seria um tremendo despropósito.

Continuemos:
Karl Marx não acreditava em revoluções armadas, ele teorizou que as sociedades Capitalistas, quando estivessem nos limites de seu desenvolvimento global, seriam gradualmente convertidas em sociedades Socialistas, devido as forças históricas impessoais da luta de classes, de modo que podia-se esperar no máximo escaramuças locais. [sic]
Não sei em que escritos de Marx o Sr. XR baseia suas afirmações, uma vez que não há referência disso em seu texto, mas creio que ele não teve a oportunidade de conhecer profundamente a obra de Marx. Eis algumas defesas de Marx em suas obras (grifos nossos):
Entretanto, o antagonismo entre o proletariado e a burguesia é uma luta de uma classe contra outra, luta que, levada à sua expressão mais alta, é uma revolução total. [...] Não se diga que o movimento social exclui o movimento político. Não há, jamais, movimento político que não seja, ao mesmo tempo, social.

Somente numa ordem de coisas em que não existam mais classes e antagonismos entre classes as evoluções sociais deixarão de ser revoluções políticas. Até lá, às vésperas de cada reorganização geral da sociedade, a última palavra da ciência social será sempre: “O combate ou a morte: a luta sanguinária ou nada. É assim que a questão está irresistivelmente posta”. (Karl Marx, “Luta de Classes e Luta Política”, 1847)

~||~

O movimento proletário é o movimento autônomo da maioria imensa no interesse da maioria imensa. O proletariado, a camada mais baixa da sociedade atual, não pode elevar-se, não pode endireitar-se, sem fazer ir pelos ares toda a superstrutura [Überbau] das camadas que formam a sociedade oficial. Pela forma, embora não pelo conteúdo, a luta do proletariado contra a burguesia começa por ser uma luta nacional. O proletariado de cada um dos países tem naturalmente de começar por resolver os problemas com a sua própria burguesia.

Ao traçarmos as fases mais gerais do desenvolvimento do proletariado, seguimos de perto a guerra civil mais ou menos oculta no seio da sociedade existente até ao ponto em que rebenta numa revolução aberta e o proletariado, pelo derrube violento da burguesia, funda a sua dominação.

[...]

Em sentido próprio, o poder político é o poder organizado de uma classe para a opressão de uma outra. Se o proletariado na luta contra a burguesia necessariamente se unifica em classe, por uma revolução se faz classe dominante e como classe dominante suprime violentamente as velhas relações de produção, então suprime juntamente com estas relações de produção as condições de existência da oposição de classes, as classes em geral, e, com isto, a sua própria dominação como classe.

[...]

Os comunistas rejeitam dissimular as suas perspectivas e propósitos. Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados pelo derrube violento de toda a ordem social até aqui. Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! (Karl Marx & Friedrich Engels, “O Manifesto Comunista”, 1848)
Podemos adicionar também algumas considerações de Friedrich Engels, que, junto com Marx, desenvolveu o que veio a se chamar Socialismo Científico (grifos nossos):
Os comunistas sabem muitíssimo bem que todas as conspirações são não apenas inúteis, como mesmo prejudiciais. Eles sabem muitíssimo bem que as revoluções não são feitas propositada nem arbitrariamente, mas que, em qualquer tempo e em qualquer lugar, elas foram a consequência necessária de circunstâncias inteiramente independentes da vontade e da direcção deste ou daquele partido e de classes inteiras. Mas eles também vêem que o desenvolvimento do proletariado em quase todos os países civilizados é violentamente reprimido e que, deste modo, os adversários dos comunistas estão a contribuir com toda a força para uma revolução. Acabando assim o proletariado oprimido por ser empurrado para uma revolução, nós, os comunistas, defenderemos nos actos, tão bem como agora com as palavras, a causa dos proletários. (Friedrich Engels, “Princípios Básicos do Comunismo”, 1847)

~||~

Uma revolução é certamente a coisa mais autoritária que se possa imaginar; é o ato pelo qual uma parte da população impõe a sua vontade à outra por meio das espingardas, das baionetas e dos canhões, meios autoritários como poucos; e o partido vitorioso, se não quer ser combatido em vão, deve manter o seu poder pelo medo que as suas armas inspiram aos reacionários. A Comuna de Paris teria durado um dia que fosse se não se servisse dessa autoridade do povo armado face aos burgueses? Não será verdade que, pelo contrário, devemos lamentar que não se tenha servido dela suficientemente? Assim, das duas uma: ou os anti-autoritários não sabem o que dizem, e, nesse caso, só semeiam a confusão; ou, sabem-no, e, nesse caso, atraiçoam o movimento do proletariado. Tanto num caso como noutro, servem à reação. (Friedrich Engels, “Sobre a Autoridade”, 1873)
Friedrich Engels e Karl Marx

As evidências estão aí, visíveis a qualquer um. Não é verdade que Marx pensava que “revolução não seria uma guerra, mas movimentos proletários como greves, paralisações e apropriações promovidas pelos trabalhadores”: a sublevação violenta da classe proletária, com a conquista do poder e a perseguição à burguesia, era o que se almejava com uma revolução socialista.

Além do ódio coletivista, há outro ponto que une o Socialismo, o Comunismo, o Nazismo e o Fascismo: o Marxismo. No capítulo 2 do opúsculo “O Manifesto Comunista”, Marx e Engels listam as medidas a serem tomadas pela ditadura do proletariado:
1. Expropriação da propriedade fundiária e emprego das rendas fundiárias para despesas do Estado.

2. Pesado imposto progressivo.

3. Abolição do direito de herança.

4. Confiscação da propriedade de todos os emigrantes e rebeldes.

5. Centralização do crédito nas mãos do Estado, através de um banco nacional com capital de Estado e monopólio exclusivo.

6. Centralização do sistema de transportes nas mãos do Estado.

7. Multiplicação das fábricas nacionais, dos instrumentos de produção, arroteamento e melhoramento dos terrenos de acordo com um plano comunitário.

8. Obrigatoriedade do trabalho para todos, instituição de exércitos industriais, em especial para a agricultura.

9. Unificação da exploração da agricultura e da indústria, atuação com vista à eliminação gradual da diferença entre cidade e campo.

10. Educação pública e gratuita de todas as crianças. Eliminação do trabalho das crianças nas fábricas na sua forma hodierna. Unificação da educação com a produção material, etc.
Comparemos essas medidas com o Programa do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, de 24 de fevereiro de 1920:
1. Nós exigimos a união de todos os alemães numa Grande Alemanha com base no princípio da auto-determinação de todos os povos.

2. Nós exigimos que o povo alemão tenha direitos iguais àqueles de outras nações; e que os Tratados de Paz de Versalhes e St. Germain sejam abolidas.

3. Nós exigimos terra e território (colônias) para a manutenção do nosso povo e o assentamento de nossa população excedente.

4. Somente aqueles que são nossos compatriotas podem se tornar cidadãos. Somente aqueles que têm sangue alemão, independente do credo, podem ser nossos compatriotas. Por esta razão, nenhum judeu pode ser um compatriota.

5. Aqueles que não são cidadãos devem viver na Alemanha como estrangeiros e devem estar sujeitos à lei de estrangeiros.

6. O direito de escolher o governo e determinar as leis do Estado pertencerá somente aos cidadãos. Nós portanto exigimos que nenhuma repartição pública, de qualquer natureza, seja no governo central, na província, ou na municipalidade, seja ocupada por qualquer um que não seja um cidadão.

Nós combatemos a administração parlamentar corrupta pela qual homens são indicados para vagas por favor do partido, não importando caráter e aptidão.

7. Nós exigimos que o Estado especialmente se encarregará de garantir que todos os cidadãos tenham a possibilidade de viver decentemente e recebam um sustento. Se não puder ser possível alimentar toda a população, então os estrangeiros (não-cidadãos) devem ser expulsos do Reich.

8. Qualquer imigração adicional de não-alemães deve ser prevenida. Nós exigimos que todos os não-alemães que entraram no país desde 2 de Agosto de 1914 sejam forçados a deixar o Reich imediatamente.

9. Todos os cidadãos devem possuir iguais direitos e deveres.

10. O primeiro dever de todo cidadão deve ser trabalhar mental ou fisicamente. Nenhum indivíduo fará qualquer trabalho que atente contra o interesse da comunidade para o benefício de todos.

Portanto, nós exigimos:

11. Que toda renda não merecida, e toda renda que não venha de trabalho, seja abolida.

12. Como cada guerra impõe sobre o povo sacrifícios em sangue e bens valiosos, todo lucro pessoal proveniente da guerra deve ser tratado como traição ao povo. Nós portanto exigimos o confisco total de todos os lucros de guerra.

13. Nós exigimos a nacionalização de todos os grupos investidores.

14. Nós exigimos participação dos lucros em grandes indústrias.

15. Nós exigimos um aumento generoso em pensões para idade avançada.

16. Nós exigimos a criação e manutenção de uma classe média sadia, a imediata socialização de grandes depósitos que serão vendidos a baixo custo para pequenos varejistas, e a consideração mais forte deve ser dada para assegurar que pequenos vendedores entreguem os suprimentos necessários ao Estado, às províncias e municipalidades.

17. Nós exigimos uma reforma agrária de acordo com nossas necessidades nacionais, e a oficialização de uma lei para expropriar os proprietários sem compensação de quaisquer terras necessárias para propósito comum. A abolição de arrendamentos de terra, e a proibição de toda especulação na terra.

18. Nós exigimos que uma guerra dura seja travada contra aqueles que trabalham para o prejuízo do bem-estar comum. Traidores, usurários, aproveitadores, etc., serão punidos com morte, independente de credo ou raça.

19. Nós exigimos que a lei romana, que serve a um arranjo materialista do mundo, seja substituída pela lei comum alemã.

20. A fim de tornar possível para todos os alemães capazes e industriosos obter educação mais elevada, e assim a oportunidade de alcançar posições de liderança, o Estado deve assumir a responsabilidade de organizar completamente todo o sistema cultural do povo. Os currículos de todos os estabelecimentos educacionais serão adaptados para a vida prática. A concepção da idéia do Estado (ciência de cidadania) deve ser ensinada nas escolas desde o início. Nós exigimos que crianças especialmente talentosas de pais pobres, quaisquer que sejam suas classes sociais ou ocupações, sejam educadas às custas do Estado.

21. O Estado tem o dever de ajudar a elevar o padrão de saúde nacional fornecendo centros de bem-estar maternal, proibindo trabalho infantil, aumentando aptidão física através da introdução de jogos compulsórios e ginástica, e pelo maior encorajamento possível de associações relacionadas com a educação física do jovem.

22. Nós exigimos a abolição do exército regular e a criação de um exército nacional (popular).

23. Nós exigimos que haja uma campanha legal contra aqueles que propaguem mentiras políticas deliberadas e disseminem-nas através da imprensa. A fim de tornar possível a criação de uma imprensa alemã, nós exigimos:

(a) Todos os editores e seus assistentes em jornais publicados na língua alemã deverão ser cidadãos alemães.

(b) Jornais não-alemães deverão somente ser publicados com a permissão expressa do Estado. Eles não deverão ser publicados na língua alemã.

(c) Todos os interesses financeiros em, ou de qualquer forma afetando jornais alemães serão proibidos a não-alemães por lei, e nós exigimos que a punição por transgredir esta lei seja a imediata supressão do jornal e a expulsão dos não-alemães do Reich.

Jornais que transgridam o bem-estar comum serão suprimidos. Nós exigimos ação legal contra aquelas tendências na arte e literatura que tenham influência ruidosa sobre a vida do nosso povo, e que quaisquer organizações que atentem contra as exigências agora mencionadas sejam dissolvidas.

24. Nós exigimos liberdade para todos os credos religiosos no Estado, à medida que eles não coloquem em risco a existência ou ofendam a moral e senso ético da raça germânica.

O Partido como tal representa o ponto-de-vista de um cristianismo positivo sem ligar-se a qualquer credo particular. Ele luta contra o espírito judaico materialista internamente e externamente, e está convencido de que uma recuperação duradoura do nosso povo só pode vir de dentro, sob o princípio:

BEM COMUM ANTES DO BEM INDIVIDUAL

25. A fim de executar este programa, nós exigimos: a criação de uma autoridade central forte no Estado, a autoridade incondicional pelo parlamento político central de todo o Estado e todas as suas organizações.

A formação de comitês profissionais e de comitês representando os vários estados do país, para assegurar que as leis promulgadas pela autoridade central sejam executadas pelos estados federais.

Os líderes do partido assumem a responsabilidade de promover a execução dos pontos agora mencionados a todo custo, se necessário com o sacrifício de suas próprias vidas.
A evidente relação entre os programas é tão clara quanto água cristalina. Em ambos os programas vemos a obrigatoriedade do trabalho para todos, a expropriação da propriedade privada dos meios de produção e sua transferência para o Estado, a primazia do coletivo sobre o individual, a categorização coletiva de indivíduos, educação pública e gratuita sob a égide do Estado, dentre outras coisas. Os mesmos traços podem ser vistos no documento “Il Manifesto dei Fasci Italiani di Combattimento”, o manifesto fascista. Para além dessa evidência explícita, é necessário dizer que os grandes nomes do nazifascismo – Adolf Hitler, Joseph Goebbels, Benito Mussolino et caterva – possuíam formação política marxista. O próprio termo Nacional-Socialismo não é, ao contrário do que advoga o Sr. XR, “praticamente uma contradição”, uma vez que o Socialismo não é exclusivamente internacionalista.


Além das convergências programáticas, há que se apontar para questões de ordem factual. A despeito do suposto caráter exclusivamente internacionalista das ideologias socialista e comunista, a prática mostrou não apenas características nacionalistas, mas também raciais. A partir de 1917, com o êxito da Revolução Bolchevique, o governo revolucionário russo iniciou uma perseguição sistemática contra os cossacos – não por motivos sociais ou políticos, mas por motivos étnicos. Entre 1917 e 1921, cerca de 300 mil cossacos foram mortos pelo governo, e outros 300 mil, deportados (vide Shane O'Rourke, “The Cossacks”). E essa foi apenas uma das medidas de limpeza étnica promovidas pelo governo soviético: sob o comando de Stálin, a URSS perseguiu sistematicamente as populações nativas do Cáucaso (karachays, karapapaks, tártaros, meskhetis, cazaques, inguches, chechenos, etc.), forçando-as a um processo de russialização através de prisões, deportações e execuções – o que foi, aliás, um dos motivos pelos quais boa parte desses povos uniu-se aos alemães quando da invasão nazista à URSS, havendo a formação de milícias regionais que foram integradas à Waffen-SS. O governo soviético também perseguiu colonos estrangeiros em seu território (como os alemães da região do Volga, os gregos da Criméia e os coreanos do extremo-leste russo), bem como povos de territórios invadidos – poloneses, romenos, ucranianos (o Holodomor provocou a morte de 5 milhões de ucranianos no inverno de 1932-1933), letões, lituanos e estonianos (Otto Pohl, “Ethnic Cleansing in the USSR, 1937–1949”). Recomendo a leitura das obras de Richard Pipes, um dos maiores especialistas em história russa do século XX, sobre as políticas raciais do governo soviético.

Essas políticas de perseguição a povos e raças considerados inferiores não foi um privilégio do Nazismo ou do Comunismo advindo de uma suposta deturpação do Marxismo. O ideário de Karl Marx e Friedrich Engels esteve, desde o começo, imbuído de uma concepção racial bastante clara (grifos nossos):
Não vamos buscar o mistério do judeu em sua religião, mas, ao contrário, buscamos o mistério da religião no judeu real.

Qual é o fundamento secular do judaísmo? A necessidade prática, o interesse egoísta.

Qual é o culto secular praticado pelo judeu? A usura. Qual o seu Deus secular? O dinheiro.

Pois bem, a emancipação da usura e do dinheiro, isto é, do judaísmo prático, real, seria a auto-emancipação de nossa época.

Uma organização social que acabasse com as premissas da usura e, portanto, com a possibilidade desta, tornaria impossível o judeu.
Sua consciência religiosa se desanuviaria como um vapor turvo que pairava na atmosfera real da sociedade. Por outro lado, ao reconhecer como nula esta sua essência prática e ao trabalhar pela sua anulação, o judeu está-se empenhamo-lo, com o amparo de seu desenvolvimento anterior, pela emancipação humana pura e simples e manifestando-se contra a suprema expressão prática da auto-alienação humana. (Karl Marx, “A Questão Judaica”, 1843)

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A sociedade está passando por uma revolução silenciosa, à qual deve se submeter, e que não presta mais atenção às existências humanas que solapa do que um terremoto se importa com a casa que faz desmoronar. As classes e as raças fracas demais para dominar as novas condições de vida devem perecer. (Karl Marx, New-York Daily Tribune, 4 de março de 1853)

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Quanto aos judeus, que desde a emancipação de seu secto meteram-se em todos os lugares, ao menos nas pessoas de seus eminentes representantes, à frente da contra-revolução – o que os espera?

Não se pode esperar pela vitória para atirá-los de volta ao seu gueto. (Karl Marx, Die Neue Reinische Zeitung, n.º 145, 17 de novembro de 1848)

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Agora, uma palavra sobre “união fraternal universal dos povos” e a marcação de “fronteiras estabelecidas pela vontade soberana dos próprios povos com base em suas características nacionais”. Os Estados Unidos e o México são duas repúblicas, em ambas das quais o povo é soberano.

Como aconteceu de estourar no Texas uma Guerra entre essas duas repúblicas, as quais, de acordo com a teoria moral, deveriam estar “fraternalmente unidas” e “federadas”, e que, devido a “necessidades geográficas, comerciais e estratégicas”, a “vontade soberana” do povo americano, apoiada pela bravura de voluntários americanos, mudou as fronteiras marcadas pela natureza algumas centenas de milhas ao sul? E irá Bakunin acusar os americanos de uma “guerra de conquista”, que, apesar de atacar diretamente sua teoria baseada em “justiça e humanidade”, foi, entretanto, realizada única e exclusivamente no interesse da civilização? Ou talvez seja um infortúnio que a esplêndida Califórnia tenha sido tomada dos preguiçosos mexicanos, que não podiam fazer nada com ela? Que os enérgicos yankees, pela rápida exploração das minas de ouro californianas, aumentarão os meios de circulação, concentrarão em poucos anos uma densa população e um comércio extenso nos melhores lugares da costa do Oceano Pacífico, criarão grandes cidades, abrirão comunicações através de navegação a vapor, construirão uma ferrovia de Nova York a San Francisco, abrirão pela primeira vez o Oceano Pacífico à civilização, e pela terceira vez na história darão ao comércio mundial uma nova direção? A “independência” de uns poucos californianos hispânicos e texanos sofrerá por conta disso, e a “justiça” e outros princípios morais poderão ser violados; mas o que isso importa frente a fatos de tamanho significado na história mundial?

Gostaríamos de apontar, incidentalmente, que essa teoria de união fraternal universal dos povos, que urge indiscriminadamente por união fraternal independente da situação histórica e do estágio do desenvolvimento social individual dos povos, foi combatida pelos editores do Neue Reinische Zeitung muito antes da revolução [de 1848], e, de fato, em oposição a seus melhores amigos, os democratas ingleses e franceses. Prova disso pode ser encontrada nos jornais democráticos ingleses, franceses e belgas daquele período.

[...]

Às frases sentimentais sobre irmandade que têm sido oferecidas aqui em nome das nações mais contra-revolucionárias da Europa, respondemos que o ódio aos russos era e ainda é a primeira paixão revolucionária dentre os alemães; que o ódio revolucionário a checos e croatas foi adicionado a ela, e que apenas através do mais determinado uso do terror contra esses povos eslavos, juntamente com poloneses e magiares, podemos salvaguardar a revolução. [...] Então haverá uma luta, uma “inexorável luta de vida e morte”, contra aqueles eslavos que traem a revolução; uma luta aniquiladora e um terror cruel – não pelos interesses da Alemanha, mas pelos interesses da revolução! (Friedrich Engels, Die Neue Reinische Zeitung, n.º 222, 14 de fevereiro de 1849)
Está apenas presente o ódio classista no próprio bojo do Marxismo: o ódio nacional e o ódio racial estão aí, claro, transparentes, aberrantemente claros. Esses três ódios estão presentes de modo inequívoco tanto no Socialismo e no Comunismo quanto no Fascismo e no Nazismo, não apenas em seus aspectos factuais, concretos, mas igualmente em seus âmbitos teórico-doutrinários. Ao contrário de serem ideologias antagônicas, são, a despeito de suas particularidades e mínimas incongruências mútuas, irmãs gêmeas gestadas no mesmo útero, o Marxismo, quod erat demonstrandum.

Para além de todas essas evidências inequívocas, há certos aspectos da realidade histórica que o Sr. XR omitiu em seus textos, talvez por desconhecimento. É importante, no entanto, lançar luzes sobre alguns aspectos curiosos da conquista do poder na Alemanha por Adolf Hitler:
  • A maciça eleição do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães deu-se, em grande medida, por ter havido um grande racha entre comunistas e social-democratas alemães. Essa divisão política ocorreu por orientação do Partido Comunista soviético.
  • Nos primeiros anos do governo Hitler, quando este já era tratado como o Führer, foi assinado o Pacto Molotov-Ribbentrop (ou Pacto de Não-Agressão), em que a União Soviética e a Alemanha estabeleciam uma aliança política, militar e econômica. A URSS desempenhou um papel importantíssimo na construção na máquina de guerra da Alemanha nazista, não apenas no quesito econômico, mas no aspecto militar também;
  • A NKVD, polícia secreta soviética, foi responsável pelo treinamento da Gestapo;
  • O governo soviético importou seu modelo de campos de concentração para a Alemanha nesse mesmo período, oferecendo know-how e auxílios técnicos ao governo alemão para a implementação dos campos;
  • A concretização do Pacto Molotov-Ribbentrop foi a invasão da Polônia, orquestrada simultaneamente por nazistas e soviéticos. É desse período que data o massacre de Katýn, em que mais de 20 mil poloneses foram executados pela NKVD.

Cerimônia de assinatura do Pacto de Não-Agressão.
Socialismo, Comunismo, Nazismo e Fascismo são a mesma coisa? Evidentemente, não. No entanto, essas ideologias possuem características essenciais semelhantes? Sim. Além disso, essas ideologias possuem a mesma raiz, qual seja, o Marxismo? Sim. A velha cantilena de que os grandes líderes comunistas – Lenin, Stálin, Castro, Mao, dentre outros – não eram verdadeiros marxistas é bem gasta, normalmente utilizada por aqueles que insistem em mutilar a realidade para dar validade à teoria, e dificilmente se sustenta diante das evidências históricas. “Contra factum argumentum non est”, já ensinava São Tomás de Aquino.

Somos bons guardiães da Universidade Pública?

Somos bons guardiães da Universidade Pública?
“O que está acontecendo é que a eleição do reitor virou uma eleição partidária, com cartazes, com ofertas de vantagem, de emprego, com suborno para conquistar o voto de funcionário e o voto dos alunos. Para evitar essa corrupção tem que deixar essa escolha para os professores. Eles são responsáveis e têm que ser responsabilizados. São eles que fazem o corpo de governo da universidade, é assim no mundo inteiro. Aqui foi partidarismo, sectarismo e corporativismo que fizeram diferente.”

Peço desculpas por iniciar, de novo, uma carta com uma frase de Darcy Ribeiro. A verdade é que Darcy Ribeiro morreu! Assim como Anísio Teixeira e outros grandes nomes que tentaram construir uma grande Universidade – eles procuraram fazer a parte deles em vida. Pedi desculpas aqui porque, na verdade, embora não tenhamos atualmente substitutos à altura, nós, os vivos, é que deveríamos estar fazendo a nossa parte – eles não têm mais condições de fazer nada de onde estão.

Na última sexta-feira, o CONSUNI aprovou uma eleição paritária para reitor. O CONSUNI foi construído com 70% dos votos dos docentes, porque quem o construiu assim considerou que a Universidade funcionaria melhor se os docentes – mais experientes e com maior conhecimento nas questões da Universidade – tivessem posição predominante nas decisões de mais alto nível na Universidade. Essa convicção foi sempre expressa de forma veemente por Darcy Ribeiro e por outros de mesma estatura. Ela não veio de inclinações autoritárias nem de idealizações sem fundamento empírico – veio da experiência de quem já tinha criado e administrado várias universidades e conhecia a fundo a história da Universidade no mundo.

Pois bem, apesar de um plebiscito da Adunb ter revelado que 80% dos docentes é contra a eleição paritária, o CONSUNI a aprovou na última sexta-feira. Pior, o vez convocando a reunião dois dias antes, enviando os documentos aos conselheiros no dia anterior, e votando o polêmico assunto em apenas uma reunião [Nota do MHL: onde muitos conselheiros nem tinham onde sentar, pois dezenas de assentos estavam ocupados pela Falanges fascistas de ultra-esquerda que não são membros do conselho], inviabilizando qualquer discussão nas unidades da Universidade.

Então, iniciamos novamente a loucura. O que veremos agora será um espetáculo eleitoral deprimente, que, parece, dividirá de forma ainda mais severa o corpo docente e a comunidade universitária.

Com tudo isso, fico com uma dúvida. O modelo da Universidade, com colegiados e conselhos, está embasado na pressuposição de que os professores são naturais defensores do interesse da Universidade e da Sociedade em geral. Sempre tive convicção disso. Ultimamente, comecei a ter sérias dúvidas. Hoje, tenho dúvidas, também, se até mesmo os próprios docentes deveriam estar escolhendo o reitor por voto universal. Me pergunto também quando será que a Sociedade – a proprietária legítima da Universidade – começará a ter as mesmas dúvidas?

Qualquer docente, quando está em uma Assembléia Sindical, tem todo o direito de lutar por seu salário e por melhores condições de trabalho. Entretanto, quando esse mesmo docente está em um Conselho, sua função é defender o interesse da sociedade e da Universidade – esse é um pressuposto básico do modelo de colegiados, sobre o qual a Universidade está fundamentada.

Minha pergunta a todos é: isso está mesmo acontecendo? E, retornando ao título desta mensagem, será mesmo que estamos nos mostrando defensores adequados de uma universidade de qualidade?

Para concluir, volto à frase inicial, de Darcy Ribeiro: será que o que vamos ver na campanha eleitoral que se inicia será “partidarismo, sectarismo e corporativismo” ou “ofertas de vantagem, de emprego, com suborno”? Veremos candidatos oferecendo o que não lhes pertence (ex: turnos de trabalho com horas a menos ou outras vantagens)? Vamos ver, como comumente ocorre, cenas de violência, campanhas de difamação e ataques pessoais?  Por fim, vamos eleger, mais uma vez, um reitor cujo grupo possível de colaboradores será restrito a uma pequena parcela da comunidade universitária?

Como eu disse antes, Darcy Ribeiro está morto! Não tem mais obrigações com a UnB! Será que surgirão outras pessoas que levantarão sua voz contra práticas que têm levado à degradação cada vez maior da nossa universidade?

Saudações,

Prof. Adson Ferreira da Rocha
Departamento de Engenharia Elétrica – Faculdade UnB Gama

Artigo publicado originalmente no blog Ciência Brasil.